SADI CORRÊA DESCRIÇÃO DO BLOG

ESTE BLOG TEM COMO FINALIDADE MOSTRAR ALGUMAS LINHAS DE PENSAMENTO E ALGUNS TRABALHOS REALIZADOS PELO NOSSO SINDICATO(27 NÚCLEO DO CPERS DE TRÊS PASSOS), BEM COMO MOSTRAR ALGUNS DOS TRABALHOS DO NOSSO GRUPO MUSICAL LOKA SEDUÇÃO DE MIRAGUAÍ-RS.




quarta-feira, 14 de março de 2012

Educadores realizam vigília e preparam paralisação pelo piso para professores e funcionários

Mesmo com o compromisso do governo do estado de não colocar em votação os projetos encaminhados à Assembleia Legislativa em regime de urgência, centenas de educadores permaneceram em vigília durante praticamente todo o dia de hoje na praça da Matriz, em Porto Alegre.
A vigília foi encerrada após a confirmação de que os projetos não seriam apreciados pelo Legislativo.
Durante toda a manhã, representantes dos núcleos percorreram os gabinetes e entregaram um documento solicitando aos deputados que, além de não votarem os projetos, já rejeitados pela categoria, intercedam junto ao governo para que abra um efetivo processo de negociação com o sindicato (veja documento abaixo).
Nesta quarta-feira (14) começa a paralisação nacional de três dias em defesa da implementação do piso, de 10% do PIB para a educação pública já e, no Rio Grande do Sul, também contra alterações nos planos de carreira da categoria e pelos mesmos índices de reajustes para os funcionários de escola.
Os núcleos do CPERS/Sindicato estarão realizando atividades regionais: plenárias, atos públicos, panfletagens, audiências públicas, e preparando a participação nas atividades estaduais programadas para o dia 16. Neste dia, a categoria realiza manifestação estadual, às 14 horas, em frente à Secretaria de Estado da Educação. Em seguida, às 16h, participa de um ato público unificado com outras categorias, em frente ao Palácio Piratini.

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato



OF. CIRC. Nº 016/2012                                                              Porto Alegre, 13 de março de 2012.



Senhor(a) Deputado(a):



Ao cumprimentar Vossa Excelência, vimos, através deste, esclarecer o que segue:
1º - No dia 02 de março, em Assembleia Geral, a categoria rejeitou a proposta do governo e deliberou por entrar em “estado de greve” para pressionar pela abertura de negociação;
2º - No dia 05 de março, em audiência com os representantes do governo, a Direção do Sindicato reafirmou a necessidade da retirada dos projetos que estão em regime de urgência na Assembleia Legislativa;
3º - Depois de aguardar por uma semana a resposta do Governo, a Diretoria do CPERS/Sindicato realizou uma auto-agenda no Palácio Piratini. No decorrer da auto-agenda, o Governo apresentou um documento se comprometendo a não colocar em votação os projetos no decorrer desta semana e receber o Sindicato na sexta-feira.
Diante do exposto, estamos solicitando aos(às) Senhores(as) Deputados(as) que, além de não votarem estes projetos, já rejeitados pela categoria, possam também interceder junto ao Governo para que negocie com o CPERS/Sindicato.


                                                                                                                      Atenciosamente,                                                                            
Profª Rejane Silva de Oliveira,Presidente do CPERS/Sindicato.

quarta-feira, 7 de março de 2012

TARSO E O PISO DO MAGISTÉRIO - Juremir Machado da Silva

 
Admiro o governador Tarso Genro, que está fazendo um bom governo.

Por isso sou obrigado a ser franco: na questão do piso do magistério ele está errado.

O CPERS está certíssimo.

Tarso bateu no teto: criou a lei do piso, não a cumpre e quer recorrer contra ela. É contradição demais.

Ninguém, ganhando pouco, vai abrir do que a lei lhe garante. O governo deve aos professores desde 2009. Terá de pagar.

É pedra cantada.

Yeda Crusius foi ao STF contra o piso. Perdeu. Tarso também está perdendo na justiça.

Os desembargadores de São Paulo receberam quantias milionárias de auxílio-moradia atrasado com base numa única justificativa: está na lei. Por que pedir então aos professores que abram mão do pouco que a lei lhes assegura? Se o CPERS não exigisse o cumprimento da lei, seria chamado de pelego. Não o é.

O CPERS merece aplausos. O índice de reajuste pelo Fundeb está lei desde 2008. É alto demais? Os governos quem lutem pela mudança. Mas o que já é devido não poderá ser apagado. Tem de pagar. O governo gaúcho promete em torno de R$ 1.200 para os professores até 2014. O piso hoje já é de R$ 1.451. Tudo o que governo oferece, por melhor que seja, está abaixo do que a lei determina. O partido do governador, quando estava na oposição, exigia o pagamento imediato do piso. Talvez fosse só jogo politico para desgastar o adversário. Instalado no poder, mudou de discurso. Certamente contava com a compreensão do CPERS, velho parceiro, como quem diz aquilo tudo era para a gente chegar ao poder, não vai dar para o fazer tudo o que dissemos, mas ainda assim será melhor. O CPERS, porém, acreditou e não está disposto a perder o que a lei lhe atribui. A oposição também mudou de discurso. Antes, no poder, não pagava o piso. Agora, quer ele seja pago prontamente. É jogo político. Demagogia.

O CPERS está tão certo que indica até onde o governo deve atuar para arranjar dinheiro: convencer a união a renegociar a dívida dos Estados. Somos sagrados mensalmente pelo governo federal. Resta a alternativa de mexer no plano de carreira do magistério, o que equivale a pagar o piso para uns e não para outros, a anular a ideia de piso como salário inicial sobre o qual incidem as vantagens. Em bom português, o governo hoje defende as posições que eram ontem da secretária Marisa Abreu. Quando o secretário Carlos Pestana diz que 145 mil de 150 mil professores já ganham o piso, está adotando a posição de Marisa de que piso não é o básico, mas apenas o menor salário que um professor deve receber. Ninguém se atreve a descumprir a lei do salário mínimo nem os seus índices de reajuste. Por que o tratamento diferente em relação ao piso do magistério? As questões jurídicas já foram clarificadas: o piso é constitucional, o índice de reajuste é o do Fundeb, vale desde 2009 e tem de pagar.

Será que o governo, por ter recursos limitados, conta, para não pagar, com o apoio da mídia que pratica o xiitismo da sensatez sempre governista (não sejamos radicais, o Estado quebra se pagar) e da opinião pública conservadora, que odeia o CPERS e acha que os professores trabalham pouco e estão sempre reclamando de tudo?

Juremir Machado da Silva é jornalista, escritor e professor

FONTE: http://www.topeducacao.com.br/mysql-noticias2//not_topeducacao.php?id=679