|                   No dia 21 de abril de 1945 foi fundado,  em Porto Alegre, o Centro de Professores Primários Estaduais (CPPE), que  se transformaria mais tarde no CPERS/Sindicato, o maior sindicato do  Rio Grande do Sul e o segundo maior do Brasil e América Latina, com mais  de 85 mil filiados. No ano em que a 2ª Guerra Mundial  terminou, um grupo de professores, sob a liderança de Clélia Argolo  Ferrão, reuniu-se na Sociedade Espanhola, na capital gaúcha, e criou o  CPPE, um sonho acalentado havia bastante tempo, com discussões feitas  nas escolas, especialmente na Presidente Roosevelt. Entre  as primeiras reivindicações figuravam a possibilidade de ingresso das  professoras e professores normalistas nas Faculdades de Filosofia - hoje  Faculdades de Educação - e reajustes salariais. Em  1973, sob a ditadura militar, o CPPE passou a se denominar Centro dos  Professores do Rio Grande do Sul (CPERS), integrando aos professores  primários os docentes que atuavam nos ensinos fundamental e médio. Um  ano depois foi conquistado o Plano de Carreira, que por se tratar de uma  das mais importantes conquistas da categoria sofre ameaças e ataques  desde que entrou em vigência. Os ataques mais duros foram feitos pelo  atual governo do Estado. Mas a categoria resistiu e garantiu a sua  manutenção. Apesar de atuar como um sindicato desde a  sua criação, defendendo melhorias salariais, planos de carreira,  aposentadoria especial, entre outros, o CPERS não podia constituir-se  como tal porque pela Consolidação das Leis Trabalhistas, criada dois  anos antes por Getúlio Vargas, os servidores não podiam se organizar em  sindicatos. No decorrer de sua história, o CPERS  vinculou-se às lutas mais gerais da sociedade e percebeu a importância  de lutar ao lado de trabalhadores de outras categorias, especialmente os  servidores públicos estaduais. Além de  todas as lutas empreendidas, o CPERS buscava a conquista de uma sede  própria. E isso se concretizou em 31 de janeiro de 1979, quando recebeu  as chaves do prédio instalado na Avenida Alberto Bins, 480, no Centro de  Porto Alegre. As instalações foram edificadas ao longo de 13 anos. A  Constituição de 1988 possibilitou a transformação do CPERS em Sindicato.  A discussão foi então iniciada com a categoria. Alguns professores não  concordavam com a mudança. Mas em Assembléia Geral, realizada em 6 de  outubro de 1989, a sigla CPERS foi acrescida da palavra Sindicato,  transformando-se no atual CPERS/Sindicato. Em 1990, a entidade também  passou a representar os funcionários de escola. Coerente  com sua postura de lutar junto com os outros trabalhadores, depois de  uma ampla discussão com a categoria, o CPERS/Sindicato se filiou a  Central Única dos Trabalhadores (CUT). Isso deu-se em 26 de abril de  1996, durante Assembléia Geral. Nestes  65 anos de existência, o CPERS/Sindicato tornou-se referência para o  movimento sindical gaúcho e nacional e vem lutando, incansavelmente,  pela dignidade dos profissionais da educação e por uma escola pública de  qualidade para todos, além da defesa intransigente da democracia. O  CPERS/Sindicato é um patrimônio da democracia gaúcha e brasileira,  construído por muitas mãos. Parabéns CPERS, parabéns  educadores, parabéns gaúchos e brasileiros por mais este aniversário.  São 65 anos de lutas e conquistas.
  Marina  Lima Leal é professora e representante do CPERS/Sindicato no  Conselho do IPE
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